02/08/2011

memórias

sempre fomos muitos. irmãos e primos. nos natais, a casa gigantesca da tia Adelaide em Talaíde, parecia pequena para receber a família. e nós éramos frescos:). lembro-me do Hugo, sempre a implicar e dos outros, sempre a avisá-lo para que parasse, se não, a pele dele era capaz de ficar com algumas marcas. lembro-me dos cheiros. lembro-me dos risos, da euforia das crianças (nós). lembro-me até do cão da tia. a tia Madalena sempre ocupada, mas sempre a par dos nossos passos. lembro-me de ajudar o meu pai a fazer filhoses ( que eu achava injusto ser sempre eu a ajudar, até porque eu nem comia assim tantas), lembro-me das árvores, sempre tão bem enfeitadas, lembro-me da minha avó, sempre alegre, mas os seus olhos diziam saudade, a família nunca estava completa. o meu tio Tó, não estava, o meu irmão Toninho também não, mais tarde o meu irmão Joe, mas mesmo assim os natais eram uma loucura.
lembro-me do verão, sempre praia e inevitavelmente lembro-me de a minha tia Madalena, sempre tão atenta aos sobrinhos e filhas. ás vezes ainda tínhamos a água pelos joelhos e já a tia dizia: venham mais para trás, e nós ficávamos logo chateados, mas agora percebo a angústia e o medo, afinal já sou mãe. lembro-me de irmos todos para a Aroeira, costa da caparica. de manhã sempre praia, fonte da telha, extenso areal, que percorríamos sem queixas, afinal, era engraçado irmos à gruta da argila e barrarmo-nos dela. da parte da tarde, piscina. bons tempos, que não voltam, mas que se eternizaram dentro de todos nós.