27/05/2010

" O sexto amor"


" Amar o próximo pode ser a regra do amor. Próximo como o que está perto. Próximo como o que se segue. Amar o próximo nunca se esgota nem no perto nem no hoje. Quando se ama, hoje vem antes de amanhã e antes do passado. Ao mesmo tempo.


O primeiro amor é a graciosa descoberta de uma resposta adivinhada ( pela mãe e pelo pai) antes, ainda, que qualquer desejo se chegue à imaginação.


O segundo amor é o encantamento que se impõe entre dois olhos que se descobrem num só brilho. São os amores da nossa infância, por quem se chora ( ou se suspira) de mansinho.


Com o terceiro amor, vai-se do encantamento ao enamoramento. Com as cumplicidades ( mais ou menos misteriosas) da infância ou os galanteios ( que se esgueiram da boca ou nos fintam nas sílabas) da adolescência.


Do quarto amor, ficam duas mãos que se guardam uma na outra. E o primeiro beijo, de olhos fechados, com toda a força que há no rosto, como quem foge de perceber se o coração trota de medo ou de paixão.


O quinto amor traz o desejo e o corpo ( que insiste em nos guiar da pele à alma).


Ao sexto amor, talvez estejamos prontos para descobrir como se diz - a quatro mãos, a duas vozes, e num só brilho - eu e tu ao mesmo tempo. Ao sexto, ama-se o próximo - o que está perto e o que se segue ( que é uma forma de não adormecer no ontem ou no amanhã) - que nos leva sempre para mais perto do amor.


Em todos os amores há desassombros. Do primeiro ao sexto, há desencontros e desilusões. E, pior, as decepções mostram como confundimos, sem querer, a forma como gostamos de quem gosta de nós com o amor. O amor é uma consensualidade de sentimentos vividos numa mesma comunhão. Um dia , os pais deixam de saber mais de nós do que nós próprios. E abandonam. Esse abandono que dói devagarinho, faz ( muitas vezes) com que se corram todos os amores pedindo colo. Indo por aí, chega-se ao sexto amor com a ideia de que não há amor como o primeiro.


Não se passa do primeiro amor ao amor próximo de decepção em decepção, mas de reconhecimento em reconhecimento. As decepções são pequenos abandonos de quem, sabendo o nosso nome, não nos reconhece nos olhos ou nos gestos. São esses os abandonos que nos encaminham para as fadas. Fadas são todas as pessoas que nunca procuramos, embora imaginemos que talvez existam ( o que só é possível quando, ao sexto amor, continuamos, teimosamente, a tentar recuperar das decepções, procurando um amor como o primeiro). Algumas das pessoas que não conseguem viver o amor próximo imaginam que o topo de gama do amor seja o amor dos filhos. Uma espécie de sétimo amor. Como se - amando como foram amadas, antes de todos os pequenos abandonos - o futuro se conquistasse andando para trás.


Ora, amor nem no perto se esgota, amor é mais que pertp: é ontem, hoje e amanhã. Ao mesmo tempo. É dizer - a quatro mãos, a duas vozes, e num só brilho - eu e tu ao mesmo tempo.

A que talvez só se chegue ao sexto amor."




Eduardo Sá in,

" Más Maneiras de Sermos Bons Pais"


17/05/2010

é teu


a vida prega-nos rasteiras. sei que posso contar contigo, nesta fase muito difícil.

sei que o teu apoio é incondicional. e por isso, muito obrigada.

obrigada por não fugires. obrigada por respeitares sempre o meu espaço e silêncio. obrigada por me ouvires quando desabafo loucamente.



obrigada por tudo.


o meu coração é teu!

07/05/2010

Ternura


é assim que vivo os dias. todos. a ternura que tu me dás. que vocês me dão. fazem-me crer que o Amor vale sempre a pena. acreditar é a palavra de ordem. apesar e acima de tudo, vocês enchem-me de emoções fantásticas. obrigada. muito obrigada. gosto de vocês. muito.