29/02/2008

Silêncio

O silêncio continuado é doloroso. Doloroso porque o que distingue os seres humanos dos animais são as palavras.
Sinto falta das tuas palavras. Não importa que sejam palavras amistosas ou rudes, curtas ou longas, com ou sem sentimento, porque além das tuas palavras, falta-me a tua voz. Perdemos tanto tempo a calar a nossa voz, perdemos tempo por não nos fazer ouvir, não dizer o que nos vai na alma e no coração. A nossa essência humana não está preparada para nos fazermos ouvir por gestos, temos o exemplo de quem não se consegue expressar de outra forma e é tão difícil ser entendido. Para mim é um sufoco, quando de alguma forma não consigo exprimir-me com a voz. Sei de outras formas de comunicação e, por acaso, até estou a utilizar uma, a escrita. Mas será que quando lemos, entendemos e sentimos tal qual a pessoa que escreveu? Não. A fala é espôntanea, verdadeira e acima de tudo real. A nossa voz espelha os nossos sentimentos. Quando a voz sai alta e rude estamos zangados, quando sai alta e meiga estamos alegres, eufóricos, quando a voz sai suave estamos calmos, felizes, de bem com a vida. Também é verdade que um gesto vale mais que mil palavras, mas será sempre assim? Palavras leva-as o vento, mas só quando as há! Mas nem sempre o gesto comalta a falta da voz.
Saudades...

Até breve

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