29/02/2008

Silêncio

O silêncio continuado é doloroso. Doloroso porque o que distingue os seres humanos dos animais são as palavras.
Sinto falta das tuas palavras. Não importa que sejam palavras amistosas ou rudes, curtas ou longas, com ou sem sentimento, porque além das tuas palavras, falta-me a tua voz. Perdemos tanto tempo a calar a nossa voz, perdemos tempo por não nos fazer ouvir, não dizer o que nos vai na alma e no coração. A nossa essência humana não está preparada para nos fazermos ouvir por gestos, temos o exemplo de quem não se consegue expressar de outra forma e é tão difícil ser entendido. Para mim é um sufoco, quando de alguma forma não consigo exprimir-me com a voz. Sei de outras formas de comunicação e, por acaso, até estou a utilizar uma, a escrita. Mas será que quando lemos, entendemos e sentimos tal qual a pessoa que escreveu? Não. A fala é espôntanea, verdadeira e acima de tudo real. A nossa voz espelha os nossos sentimentos. Quando a voz sai alta e rude estamos zangados, quando sai alta e meiga estamos alegres, eufóricos, quando a voz sai suave estamos calmos, felizes, de bem com a vida. Também é verdade que um gesto vale mais que mil palavras, mas será sempre assim? Palavras leva-as o vento, mas só quando as há! Mas nem sempre o gesto comalta a falta da voz.
Saudades...

Até breve

13/02/2008

Ler

Das coisas que mais gosto de fazer é Ler!
Ler enche-me, preenche-me, ensina-me, faz-me descobrir novos sentimentos e emoções, faz com que olhe à minha volta com uma perspectiva diferente, faz-me sonhar, mas, essencialmente, faz-me crescer.
Faço parte de um grupo de leitores e ontem participei na minha 1ª sessão, gostei muito e achei muito interessante que um grupo de pessoas que não se conhecem entre si, que têm profissões distintas, que são de gerações diferentes e com estilos de vida opostos consigam através dos livros reunirem-se e partilhar ideias e gostos. Foi-nos dada uma lista com os livros que vamos "debater" durante o ano. Começámos pelo escritor francês Daniel Pennac, com a obra "Como um Romance". Este livro é acima de tudo um manual de leitura, que pode ser lido por todas as pessoas mas que é especialmente dirigido aos pedagogos e educadores (professores e pais). Daniel Pennac é professor de francês e desmistifica a imagem do livro como um "papão", um "ladrão" de tempo e paciência e como a leitura não tem de ser encarada como uma obrigação. Este autor ataca com alguma veemência os programas escolares e oferece-nos a sabedoria da sua vasta experiência como pedagogo e como conseguiu incutir o gosto pela leitura nos seus alunos, simplesmente genial.
Neste livro o autor promulga os direitos do leitor que passo a citar:
1º - O direito de não ler
2º - O direito de saltar páginas
3º - O direito de não acabar um livro
4º - O direito de reler
5º - O direito de ler não importa o quê
6º - O direito de Amar os "Heróis" dos Romances
7º - O direito de ler não importa onde
8º - O direito de saltar de livro em livro
9º- O direito de ler em voz alta
10º - O direito de não falar do que se leu


Como não poderia deixar de o fazer, felicito o coordenador do grupo de leitores, Gaspar Matos, pela sua generosidade em partilhar o seu vasto conhecimento em literatura e, pela sua autenticidade porque mesmo sendo trabalho, não pude deixar de notar, que é acima de tudo um prazer. Obrigado Gaspar.

Não se esqueçam " O prazer de ler não se perdeu, está é escondido!", encontrem-no e divirtam-se!

Até breve!

06/02/2008

Ai esta ( in) justiça !

Quando nos referimos no nosso país à justiça é sempre para frisar a própria injustiça que a justiça acarreta. Frases feitas tais como " justiça é só para quem tem dinheiro", " aquele fulano tem amigos muito poderosos", mas pessoal vamos lá ver se nos entendemos, quem tem dinheiro não está acima da lei, custa-me acreditar que todos os nossos Juízes se vendam por qualquer soma de dinheiro ou , até mesmo, por uma casita , por umas quantas acções em qualquer empresa. Mas o problema não é esse dizem-me algumas pessoas, o problema é que muitos casos nem chegam a processos por falta de provas, ou melhor dizendo as provas existem são é destruídas e como tal os bandidos ficam à solta.
Agora deu-se mais um escândalo, o sr. Alípio Ribeiro, director da polícia judiciária afirmou numa entrevista que secalhar houve uma certa precipitação a dar o estatuto de arguidos aos pais da menina que desapareceu no Algarve no dia 3 de Maio do ano passado. Que consequências poderão advir desta infeliz afirmação? A meu ver algumas e preocupantes:
1º - Desacredita as autoridades judiciais (inspectores) da instituição que representa, (consta que o ambiente na Judiciária está de cortar á faca);
2º - Desacredita a capacidade dos magistrados do Ministério Público que já ergueram a voz em defesa própria;
3º - Passou a imagem de que as autoridades judiciais do nosso País não têm capacidades para enveredar em investigações deste calibre;
4º - Passa uma imagem de má organização na Justiça Portuguesa;
5º - os Mcann agradecem;

Nõa creio que seja difícil prever que esta infeliz declaração "afundou" a hipótese remota de concluir a investigação de forma serena e verdadeira. Este ilustre senhor Alípio Ribeiro deveria ser banido do cargo que ocupa, mas o senhor Ministro da Justiça, Alberto Costa já fez saber que não tem razões para demitir o director da polícia judiciária. Este caso criou uma inimizade política e judicial entre portugueses e britânicos, mas esquecem-se que o mais importante é perceber o que realmente aconteceu com a menina. Eu quero acreditar que um dia tudo se vai saber.
Até breve!